Desenvolvida pelos pesquisadores Dr. Luan Venancio, Dr. André Thomazini e Me. Fernando Rodrigues Cabral Filho, a pesquisa visa demonstrar os benefícios destes sistemas para o meio ambiente, a influência na economia de redução de carbono e os ganhos financeiros para os produtores rurais.
A intensificação do aquecimento global e das mudanças climáticas causadas por ele, reforçaram a necessidade do desenvolvimento de inovações e de práticas sustentáveis no agronegócio. O setor tem sofrido diretamente com os impactos do aumento da emissão dos gases de efeito estufa, como por exemplo, o dióxido de carbono (CO2). Diante deste cenário, países e entidades como a Organização das Nações Unidas (ONU), promovem eventos e prospectam soluções para as problemáticas causadas pelas intensivas mudanças climáticas. Durante a COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) em 2021, o Brasil firmou uma série de compromissos visando a redução da emissão destes gases. Para honrar as metas estabelecidas, as instituições de pesquisa desempenham um papel fundamental na elaboração de medidas científicas e inovadoras.
O agronegócio, formado por uma cadeia de mercados e responsável por 27,4% do PIB brasileiro em 2021, mostra-se como um dos principais aliados em busca destas inovações. O setor tem adotado novas práticas e promovido a criação de tecnologias sustentáveis para as suas diferentes atuações, trabalhando em conjunto com centros de investigação científica e entre outras entidades de apoio que prospectam a sustentabilidade por meio da inovação. Na agricultura, a temática do sequestro de carbono tem se mostrado como uma estratégia promissora, e que além de promover a sustentabilidade, traz um retorno financeiro com o mercado voluntário de créditos de carbono.
A expressão “sequestro de carbono” remete ao processo de retirada do gás carbônico da atmosfera, que ocorre naturalmente pelos solos, florestas e os oceanos. Apesar de ter se popularizado após o Protocolo de Kyoto firmado em 1997, o tema só ganhou mais força com o Acordo de Paris em 2015, e posteriormente com os debates acerca das mudanças climáticas abordados na COP26 em 2021.
Diante desta relevância, os pesquisadores Dr. Luan Venancio, Dr. André Thomazini e Me. Fernando Rodrigues Cabral Filho, do Centro de Excelência em Agro Exponencial (Ceagre), desenvolvem uma pesquisa que visa monitorar o sequestro de carbono atmosférico em diferentes sistemas de manejo conservacionista em Goiás, como o plantio direto. O estudo busca quantificar o potencial de sequestro de CO2 em cenários distintos e estipular as possíveis logísticas de conversão e comercialização para o crescente mercado voluntário de créditos de carbono. A investigação possui um grande impacto científico, propondo-se a encontrar metodologias que sejam escaláveis, efetivas e aplicáveis para os produtores rurais de pequeno, médio e grande porte.
Os pesquisadores destacam os benefícios que a pesquisa promoverá aos agricultores, “O nosso projeto ajudará milhares de produtores rurais a obterem uma renda passiva ao passo que contribuem para redução dos impactos da agricultura sobre as mudanças climáticas”. E pontuam, a importância dos sistemas agrícolas que preconizam o sequestro de carbono atmosférico, pois influenciam na regulação climática e no controle do aquecimento global.
Composta por uma série de etapas, a pesquisa encontra-se na fase de revisão bibliográfica, definindo as metodologias para as estimativas de estoque de carbono em áreas agrícolas e as formas de conversão do sequestro em créditos de carbono. Por ser um tema recente da investigação brasileira, e diante da importância do desenvolvimento de ações coletivas, o pesquisador Luan comenta, “Estamos em contato com empresas, ONGs, universidades nacionais e internacionais em busca de parcerias científicas para solidificação de nossas metodologias integradas aplicáveis a nossa realidade”. Ao propor-se a desenvolver um trabalho coletivo com outras instituições e empresas da inciativa privada, o CEAGRE reforça o caráter integrador da inovação científica, levando o conhecimento produzido pelos seus pesquisadores a diferentes nichos, e viabilizando a troca de experiências.
O projeto, como outros desenvolvidos pelo centro, é viabilizado por parceiros que atuam incessantemente na busca por soluções e inovações tecnológicas, como o Governo do Estado de Goiás por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG).
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